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Todos somos médiuns?

Mediunidade

 

Depois de uma conversa com  Elso Sobre mediunidade ... Demos a resposta abaixo e o amigo pegou o gancho muito bem e desenvolveu um artigo que esclarece bem a questão....

 

"Todos somos médiuns"

 

"Não no sentido empregado a frase. Vc precisa aprender a diferenciar as coisas. Genericamente sim, como já disse pq a mediunidade possui origem orgânica, mas especificamente, nem todos possuem específica mediunidade."

 

Afirmar sem explicar é no mínimo incentivar o equívoco, que ocorre nas casa espíritas.

 

Há, nas casas espíritas, a orientação equivocada do desenvolvimento mediúnico, devido à compreensão errada da frase "todos somos médiuns" que é referencia a "sensibilidade da intuição" porque é através dela que nos chega às sugestões de nosso espírito protetor.

 

Mas a mediunidade também pode possuir um caráter específico e nesse caso, conforme orientação no livro dos médiuns do espírito Erasto, ela deve se desenvolver naturalmente de forma espontânea correspondendo ao grau de maturidade do ser, mas o que ocorre é que 99% das casas espíritas baseadas nesse equívoco realizam os famosos cursos de desenvolvimento mediúnico e incentivam sem o crivo da razão, todos dentro da casa espírita de forma irresponsável, a participar.

 

Logo é melhor mostrar que todos possuíamos mediunidade, mas não podemos dizer que todos somos médiuns de específica capacidade, por isso há distorção no entendimento que vemos entre os supostos espíritas sem estudo do movimento."

 

Somos todos médiuns?

 

          Considerações importantes sobre mediunidade.

 

        Todos os homens são médiuns! Essa afirmação do espírito Channing, à Kardec, a qual consta  do Livro dos Médiuns, capítulo XXXI, tem levado muitos companheiros a certos equívocos quando orientam alguém nesse sentido. Vejamos o que diz Channing:

 

“Todos os homens são médiuns, todos têm um Espírito que os dirige para o bem, quando sabem escutá-lo. Agora, que uns se comuniquem diretamente com ele, valendo-se de uma mediunidade especial, e que outros não o escutem senão com o coração e com a inteligência, pouco importa: não deixa de ser um Espírito familiar quem os aconselha: Chamai-lhe espírito, razão, inteligência, é sempre uma voz que responde à vossa alma, pronunciando boas palavras. Apenas, nem sempre as compreendeis. Nem todos sabem agir de acordo com os conselhos da razão, não dessa razão que antes se arrasta e rasteja do que caminha, dessa razão que se perde no emaranhado dos interesses materiais e grosseiros, mas dessa razão que eleva o homem acima de si mesmo, que o transporta a regiões desconhecidas, chama sagrada que inspira o artista e o poeta, pensamento divino que inspira o filósofo, arroubo que arrebata os indivíduos e povos, razão que o vulgo não pode compreender, porém que ergue o homem e o aproxima de Deus, mais que nenhuma outra criatura, entendimento que o conduz do conhecido ao desconhecido e lhe faz executar as coisas mais sublimes”.

 

“Escutai essa voz interior, esse bom gênio, que incessantemente vos fala, e chegareis progressivamente a ouvir o vosso anjo guardião, que do alto dos céus vos estende as mãos. Repito: a voz íntima que fala ao coração é a dos bons Espíritos e é deste ponto de vista que todos os homens são médiuns.”

 

Channing deixou claro que é uma condição natural a possibilidade de sermos inspirados pelos espíritos, mas se refere também a uma mediunidade especial que é muito rara e não são todos que a possuem. Qual seria essa mediunidade especial?

 

Ainda, no Livro dos Médiuns, no capítulo XX, item 226, Kardec formula a seguinte pergunta ao espírito comunicante:

 

“O desenvolvimento da mediunidade guarda relação com o desenvolvimento moral dos médiuns?”

 

“Não; a faculdade propriamente dita se radica no organismo; independe do moral...

 

"No livro, O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XXIV, item A Candeia Debaixo do Alqueire, encontramos a mesma afirmação:

 

“Há quem se admire de que, por vezes, a mediunidade seja concedida a pessoas indignas, capazes de a usarem mal. Parece, dizem, que tão preciosa faculdade deveria ser atributo exclusivo dos de maior merecimento. Digamos, antes de tudo, que a mediunidade é inerente a uma disposição orgânica...”

 

Retornando ao Livro dos Médiuns, no capítulo, Das Manifestações Visuais, pergunta 26ª, segue a orientação no sentido de tornar claro que a mediunidade ostensiva não é natural e nem um atributo de conquista, mas sim uma disposição orgânica e anômala:

 

“De que depende, para o homem, a faculdade de ver os Espíritos em estado de vigília?

 

Resposta: Depende da organização física...”*

 

“a) Pode essa faculdade desenvolver-se pelo exercício?

 

Resposta: Pode, como todas as outras faculdades; mas, pertence ao número daquelas com relação às quais é melhor que se espere o desenvolvimento natural, do que provocá-lo, para não sobreexcitar a imaginação. A de ver os Espíritos, em geral e permanentemente, constitui uma faculdade excepcional e não está nas condições normais do homem.”*

 

Aqui o espírito afirma que a mediunidade ostensiva não é uma faculdade natural, e confirma tratar-se de uma condição anômala e não aconselha que se busque desenvolvê-la através de técnicas ou de exercícios como muitos pretendem alcançá-la nas “escolas de médiuns” implantadas na maioria das instituições espíritas. Nenhuma técnica poderá alterar a constituição orgânica do espírito encarnado para que venha a servir de instrumento dos espíritos.

 

Kardec fala de magnetizadores que possuíam a capacidade de desenvolver médiuns, o que é um fato compreensível, pois o magnetismo atua diretamente sobre a matéria, uma descarga poderosa de magnetismo aplicada no cérebro na região do telencéfalo que está situado na zona mais anterior do prosencéfalo, provocará algumas alterações orgânicas que poderão atenuar a consistência da ligação dessa região do corpo físico com o corpo perispiritual. É nessa região do cérebro que se desenvolvem os hemisférios, nos quais se encontram os centros de integração sensorial complexa, os das ações motoras voluntárias e os da memória.

 

No Evangelho consta que chegando o dia da festa judaica chamada de Pentecostes, a qual reunia peregrinos vindos de toda parte, e que os apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído, como de um vento impetuoso, que encheu toda a casa em que estavam sentados. E viram, então, uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e foram pousar sobre cada um deles e começaram a falar em outras línguas. Estavam em Jerusalém, além dos judeus, homens de todas as nações que, ouvindo aquele ruído, correram para o local onde estavam os apóstolos e se maravilharam ao ouvi-los falando de forma que cada qual ouvia em sua própria língua. Profundamente impressionados, manifestavam sua admiração, dizendo: Não são porventura galileus todos os que falam? Como, então, todos nós os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? O que quer dizer isso? Outros, zombando, diziam: Estão cheios de vinho.

 

As línguas de fogo a que se referem os relatos bíblicos, podemos entendê-las como uma intensa descarga de magnetismo aplicada por Jesus sobre eles, alterando-lhes a ligação perispiritual com o corpo físico tornando-os médiuns à partir daquele momento, pois teriam que levar avante a mensagem do Evangelho.

 

Diante dessas considerações fundamentadas em um estudo mais aprofundado das obras básicas, entendemos claramente que a mediunidade possui duas características distintas: uma é a inspiração por parte dos espíritos e que é natural a todos os indivíduos.

 

Embora Kardec tenha classificado a inspiração como um tipo de mediunidade, devemos considerar a advertência que se segue a essa classificação quando ele afirma que na inspiração dificilmente o inspirado saberia distinguir se são seus os pensamentos ou se provem de algum espírito. Muitos artistas em seus trabalhos foram inspirados pelos espíritos afins e amantes da arte, mas nem por isso suas obras foram consideradas obras mediúnicas. Sem querer contradizer o espírito Channing, o melhor seria afirmarmos que todos os homens são inspirados e não médiuns, talvez tivéssemos evitado esse histerismo mediúnico que se estabeleceu no movimento espírita contribuindo para estimular uma prática mediúnica subjetiva e que põem em risco a credibilidade na manifestação dos espíritos.

 

Em face a esse realidade, a psicografia da forma como vem sendo praticada deixou de ser uma referência da comunicabilidade dos espíritos, pois se apresenta balda de conteúdo que comprove sua origem satisfazendo apenas aos que acreditam sem raciocínio ou até mesmo sem o bom senso.

 

Porém, temos que reconhecer que existem no movimento espírita romancistas inspirados que realizam um trabalho valioso o qual oferece aos amantes da literatura um entretenimento sadio colaborando para que o ser humano se familiarize com a realidade da vida eterna. No caso do romancista inspirado, o talento não é apenas do espírito que o inspira, mas também dele próprio que, sem esse talento e sem o estudo minucioso das obras básicas, jamais poderia ser inspirado a desenvolver o que não conhece. Nisto está a grande diferença entre os inspirados e os médiuns orgânicos, estes apresentam em suas obras temas, conceitos e revelações de fatos deles totalmente desconhecidos, nestes a obra é dos espíritos.

 

O inspirado não dispõem da capacidade de captar informações precisas e contundentes como nomes e fatos que possam comprovar a autenticidade da autoria da inspiração, portanto, o inspirado se dar ao trabalho de psicografar mensagens de entes queridos desencarnados é algo tão subjetivo que depõem contra a seriedade do nosso movimento.

 

A mediunidade autêntica é anômala, se radica no organismo e independe da moral e da evolução do indivíduo, o qual pouco interfere com os seus pensamentos nos resultados alcançados através da manifestação dos espíritos, sejam eles de efeitos físicos ou inteligentes, o processo é mecânico ou semi-mecânico e se manifesta independente da vontade do encarnado, o qual renasceu com uma constituição física preparada para servir como instrumento dos espíritos associados a ele em compromissos e tarefas pré programadas ou até mesmo como expiação e prova.

 

Esse recurso tem sido sabiamente usado pela espiritualidade e se acentuou em vários períodos evolutivos da humanidade, possibilitando que os Espíritos Superiores se manifestassem para orientar a evolução humana desde os primórdios da humanidade.

 

Por ocasião do Advento do Consolador Prometido, tal recurso foi usado em larga escala provocando a manifestação ostensiva dos espíritos a fim de revelar ao mundo a natureza espiritual do ser humano. Nesse período, que compreendeu quase cento e cinqüenta anos, toda sorte de fenômenos foi produzida sob o patrocínio da Espiritualidade Superior, fazendo chegar ao conhecimento público a realidade da vida eterna. Essa estratégia da espiritualidade atingiu suas elevadas finalidades, pois, o encarnado, nessas condições, era levado desde criança a conviver com a realidade do mundo espiritual, sendo obrigado a procurar orientação para o fenômeno que se manifestava independente da sua vontade. Foi assim que proliferaram os médiuns por toda a Terra.

 

Essa obra gigante culminou revelando a nossa natureza espiritual de forma ampla e profunda, jamais poderia ser consolidada através da inspiração a semelhança dos filósofos do passado que foram inspirados em algumas verdades, seu efeito seria tênue e não teria o caráter científico necessário para se impor como uma das mais importantes revelações sobre a natureza espiritual do ser humano.

 

Hoje vivemos um outro período, as bases doutrinárias foram estabelecidas e passamos a viver uma outra realidade dentro do movimento espírita. Esse recurso artificial usado pela espiritualidade desapareceu quase que totalmente do cenário terrestre. À partir daí, temos que desenvolver uma relação natural com o mundo espiritual e, conseqüentemente, consolidaremos valiosas parcerias com os Espíritos Superiores na execução das nossas obras que deverão estar direcionadas ao socorro e ao esclarecimento humano.

 

Os espíritos não pegarão mais em nossas mãos para escrever, aguardarão que estejamos sintonizados com o bem da humanidade para então, orientar-nos e inspirar-nos no silêncio da alma, alertando-nos para os trabalhos que devemos realizar para a consolidação do Cristianismo esclarecido à luz do Consolador tarefa que hoje depende mais de mentes iluminadas do que de médiuns.

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