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Resposta de Allan Kardec aos críticos (reflexão)

Desde o início o Espiritismo tem sido bastante criticado e perseguido por pessoas e mesmo instituições que incorporam filosofias e crenças diversas da doutrina espírita. Abaixo estão vários trechos de diferentes edições da Revista Espírita, escritos por Kardec, no intuito de responder a tais críticas. O resumo, tal como aqui apresentado, foi extraído do site www.espirito.org.br.

"De resto, todos vós que combateis o Espiritismo, o compreendeis? Vós os estudastes, escrutaste-o em seus detalhes, pesando maduramente todas as suas conseqüências? Não, mil vezes não. Falais de uma coisa que não conheceis; todas as vossas críticas, não falo das tolas, deselegantes e grosseiras diatribes, desprovidas de todo raciocínio e que não têm nenhum valor, falo daquelas que têm pelos menos a aparência do sério; todas as vossas críticas, digo eu, acusam a mais completa ignorância da coisa”.

“Para criticar é necessário opor um raciocínio a um raciocínio, uma prova a uma prova; isso é possível sem conhecimento profundo do assunto do que se trata? Que pensaríeis daquele que pretendesse criticar um quadro sem possuir, ao menos em teoria, as regras do desenho e da pintura; discutir o mérito de uma ópera sem saber a música? Sabeis qual é a conseqüência de uma crítica ignorante? É ser ridículo e acusar uma falta de julgamento. Quanto mais a posição crítica é elevada, mais estiver em evidência, tanto mais seu interesse lhe manda circunspecção, para não expor a receber desmentidos, sempre fáceis de dar a quem fale daquilo que não conheça. É por isso que os ataques contra o Espiritismo têm tão pouca importância, e favorecem seu desenvolvimento em lugar de detê-lo. Esses ataques são da propaganda; provocam o exame, e o exame não pode senão nos ser favorável, porque nos dirigimos à razão”.

“O Espiritismo não está somente na crença na manifestação dos Espíritos. O erro daqueles que o condenam é crer que ele não consiste senão na produção de fenômenos estranhos, e isso porque, não se dando ao trabalho de estudá-lo, dele não vêem senão a superfície. Esses fenômenos não são estranhos senão para aqueles que não lhe conhecem a causa; mas quem as aprofunda nelas não vê senão os efeitos de uma lei, de uma força da Natureza que não se conhecia, e que, por isso mesmo, não são nem maravilhosos, nem sobrenaturais. Esses fenômenos provando a existência dos Espíritos, que não são outros senão as almas daqueles que viveram, provam, conseqüentemente, a existência da alma, a sua sobrevivência ao corpo, a vida futura com todas as conseqüências morais. A fé no futuro, encontrando-se assim apoiada sobre provas materiais, torna-se inabalável, e triunfa da incredulidade. Eis porque, quando o Espiritismo se tiver tornado a crença de todos, não haverá mais nem incrédulos, nem materialistas, nem ateus. Sua missão é a de combater a incredulidade, a dúvida, a indiferença; não se dirige, pois àqueles que têm uma fé, e a quem essa fé basta, mas àqueles que não crêem em nada, ou que duvidam. Ele não diz a ninguém para deixar sua religião; respeita todas as crenças quando elas são sinceras. A liberdade de consciência, aos seus olhos, é um direito sagrado; se não a respeitasse, faltaria ao seu primeiro princípio que é a caridade. Neutro entre todos os cultos, será o laço que os reunirá sob uma mesma bandeira, a da fraternidade universal; um dia se estenderão a mão, em lugar de se lançarem anátemas".

“Os fenômenos, longe de serem a parte essencial do Espiritismo, dele não são senão os acessórios, um meio suscitado por Deus para vencer a incredulidade que invade a sociedade. É sobretudo na aplicação de seus princípios morais que se reconhecem os Espíritas sinceros. Os exemplos de reforma moral provocados pelo Espiritismo são já muito numerosos para que se possa julgar os resultados que produzirá com o tempo. É preciso que a sua força moralizadora seja bem grande para triunfar dos atos inveterados pela idade e da leviandade da juventude”.

“O efeito moralizador do Espiritismo tem, pois, por causa primeira os fenômenos das manifestações que deu a fé; se esses fenômenos fossem uma ilusão, assim como os incrédulos o pretendem, seria preciso bendizer uma ilusão que dá ao homem a força de vencer seus maus pendores”.

"Nenhuma doutrina filosófica dos tempos modernos jamais causou tanta emoção quanto o Espiritismo, jamais alguma foi atacada com tanta obstinação; está aí a prova evidente de que se lhe reconhece mais vitalidade e raízes mais profundas do que às outras, porque não se toma a picareta para arrancar um talo de erva. Os Espíritas, longe de se amedrontarem com isso, devem se rejubilar, uma vez que isso prova a importância e a verdade da doutrina. Se esta não fosse senão uma idéia efêmera e sem consistência, uma mosca que voa não se lhe atiraria uma bala de canhão vermelha; se ela fosse falsa, seria atacada vivamente com argumentos sólidos que não lhe teriam deixado triunfar; mas, uma vez que nenhum daqueles que se lhe opõe, puderam detê-la, é que ninguém encontrou o defeito da couraça; no entanto, não foi nem o talento nem a boa vontade que faltaram aos seus antagonistas”.

“Nesse vasto torneio de idéias, onde o passado entra em luta com o futuro, e que tem por campo fechado o mundo inteiro, o grande júri é a opinião pública; ela escuta o pró e o contra; ela julga o valor dos meios de ataque e de defesa, e se pronuncia por aquele que dá as melhores razões. Se um dos dois combatentes emprega armas desleais, é logo condenado; ora, há de mais desleais do que a mentira, a calúnia e a traição? Recorrer a semelhantes meios é se confessar vencido pela lógica; a causa que fica reduzida a tais expedientes é uma causa perdida; não é um homem, nem alguns homens que pronunciaram a sua sentença, é a Humanidade que a força das coisas e a consciência do bem arrastam para o que é mais justo e mais racional”.

“O Espiritismo caminha através de adversários numerosos que, não tendo podido prendê-lo pela força, tentam prendê-lo pela astúcia; insinuam-se por toda a parte, sob todas as máscaras, e até nas reuniões íntimas, na esperança de ali surpreender um fato ou uma palavra que, freqüentemente, terão provocado, e que esperam explorar em seu proveito. Comprometer o Espiritismo e torná-lo ridículo, tal é a tática com a ajuda da qual esperam primeiro desacreditá-lo, para terem mais tarde um pretexto de fazer-lhe interditar, se isso se pode, o exercício público. É a armadilha contra a qual é preciso estar em guarda, porque está estendida por toda a parte, e à qual, sem o querer, dão a mão aqueles que se deixam levar pelas sugestões dos espíritos enganadores e mistificadores”.

“Àquele, pois, que diria: “Tenho minha fé e não quero mudá-la; creio na eternidade absoluta das penas, nas chamas do inferno e nos demônios; persisto mesmo em crer que é o Sol que gira porque a Bíblia o diz, e creio que minha salvação é a esse preço”, o Espiritismo responde: “Guardai vossas crenças, uma vez que elas vos convêm; ninguém procura vos impor outras; não me dirijo a vós, uma vez que não quereis”; e nisto é fiel ao princípio de respeitar a liberdade de consciência. Se há os que crêem estar em erro, são livres para olhar a luz, que brilha para todo o mundo; aqueles que crêem estar na verdade são livres para agastar os olhos”.

“A verdade não se prova pelas perseguições, mas pelo raciocínio; as perseguições, em todos os tempos, foram a arma das más causas, e daqueles que tomam o triunfo da força bruta pelo da razão. A perseguição é um meio mau de persuasão; pode momentaneamente abater o mais fraco, convencê-lo, jamais; porque, mesmo na aflição em que o tiver mergulhado, exclamará, como Galileu em sua prisão: e pur si mouve! Recorrer à perseguição é provar que se conta pouco com o poder de sua lógica. Não useis, pois, de represálias; à violência oponde a doçura e uma inalterável tranqüilidade; restituí aos vossos inimigos o bem pelo mal; por aí dareis um desmentido às suas calúnias, e forçá-lo-eis a reconhecer que vossas crenças são melhores do que dizem”.

Artigo do site www.saberespirita.com.br.

 

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