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Animismo e Espiritismo

Autor: Henrique Pompilio de Araújo

     

         Animismo vem do Latim (anima + ismo) é a teoria que considera a alma simultaneamente princípio de vida orgânica e psíquica. O que é próprio da alma.

         O animismo em si divide-se em duas partes:

a)Fatos anímicos – aqueles em que o médium, sem nenhuma idéia preconcebida de mistificação, recolhe impressões do pretérito e as transmite, como se por ele um espírito estivesse comunicando. O médium não tem culpa do fato, culpa apenas por não estudar a mediundade.

b)Fatos espíritas  ou mediúnicos – São aqueles em que o médium é, apenas, um veículo a receber e transmitir as idéias dos espíritos desencarnados ou até de encarnados.

         Todo médium, sem exceção, possui animismo. Uns em maior grau, outros em menor grau. O que o médium precisa fazer é estudar, se aprimorar, ter vontade firme de só transmitir o pensamento dos espíritos, não os seus. A maioria consegue se libertar de grande parte de seu animismo. Mas se o médium é relapso, não estuda, não pratica seu ato com amor, é negligente – as coisas só tendem a complicar.

         Mas o que é animismo na doutrina espírita? Animismo é o fenômeno pelo qual a pessoa arroja ao passado os próprios sentimentos de onde recolhe as impressões de que se vê possuída. A cristalização da nossa mente, hoje em determinadas situações, pode motivar, no futuro, a manifestação de fenômenos anímicos, do mesmo modo que tal cristalização ou fixação, se realizada no passado, se exterioriza no presente.

         A lei é sempre a mesma, agora e em qualquer tempo ou lugar.

         Muitas vezes, portanto, aquilo que se assemelha a um transe mediúnico, com todas as aparências de que há a interferência de um Espírito, nada mais é do que o medium, naturalmente o médium desajustado, revivendo cenas e acontecimentos recolhidos do seu próprio mundo subconsciecial, fenômeno esse motivado pelo contato magnético, pela aproximação de entidades que lhe partilharam as remotas experiência. . O medium nessas condições deve ser tratado com a mesma atenção que ministramos aos sofredores que se comunicam. Por isso, a direção dos trabalhos mediúnicos pede, sem nenhuma dúvida, muito amor, compreensão e paciência – virtudes que, somadas são como resultado aquilo que os instrutores classificam como TATO FRATERNO, a fim de que não sejam prejudicados os que em tais condições se encontram. Se o dirigente de sessões mediúnicas não é portador de sincera bondade, acreditamos que pouco ou nenhum benefício receberá o médium no agrupamento.

         Alguns fenômenos anímicos:

a)Fixação mental  - Imaginemos agora uma criatura que busque um núcleo mediúnico onde apenas funcione o intelectualismo pretensioso, seguido de doutrinação periférica, sem o menor sentido de fraternidade –  o médium gravará estas idéias e suas conclusões a esse respeito e numa mesa mediúnica poderá vir expô-la como se fosse um outro espírito e não o dele mesmo.

 

d)Auto sugestão – Alguma coisa impressionou o médium de uma maneira tão grande que assim que for aberto um trabalho mediúnico, um espírito vem falar de problemas relacionados a isto. Não é outro espírito a não ser o do médium que está ali extravasando seus sentimentos, sem o saber é claro.

b)Rememoração de fatos do passado  - Aqui é o próprio médium que fez uma regressão de memória, sem saber, e, provavelmente acompanhado de um de seus algozes do passado, poderá falar fatos de outra vida, como se a estivesse vivendo novamente. Por ex: se a pessoa foi um padre, pode voltar a esta vida e falar a respeito da sua igreja, dos seus inimigos, falar mal do espiritismo, pois ele está vivendo a vida interior.

         Na verdade a questão do animismo foi de tal maneira inflada, além de suas proporções, que acabou transformando-se em verdadeiro fantasma, uma assombração para os espíritas desprevenidos ou desatentos. Muitos são os dirigentes que condenam sumariamente o medium, pregando-lhe o rótulo de fraude, ante a mais leve suspeita de estar produzindo fenômeno anímico e não espírita. Não há fenômeno espírita puro, de vez que a manifestação de seres desencontrados em nosso contexto terreno, precisa do médium encarnado, ou seja, precisa do veículo das faculdades da alma (espírito encarnado)e, portanto, anímicas.

         Quando Kardec pergunta como é que um espírito manifestante fala uma língua que não conheceu quando encarnado, Erasto e Timóteo declaram que o próprio Kardec respondeu à sua dúvida, ao afirmar, no início de sua pergunta, que “os espíritos só tem a linguagem do pensamento; não dispõem de linguagem articulada”. Exatamente por isso ou, seja, por não se comunicarem por meio de palavras, eles transmitem aos médiuns seus pensamentos e deixam a cargo do instrumento vesti-los, objtivamente, na língua própria do sensitivo.

         Reiteramos, portanto, que não há fenômeno mediúnico sem participação anímica. O cuidado que se torna necessário ter na fenômeno não é colocar o médium sob suspeita de animismo, como se o animismo fosse um estigma, e sim ajudá-lo a ser um instrumento fiel, traduzindo em palavras adequadas o pensamento que lhe está sendo transmitido sem palavras pelos espíritos comunicantes.

         Certamente ocorrem manifestações de animismo puro, ou seja, comunicações e fenômenos produzidos pelo espírito do médium (alma) sem nenhum componente espiritual estranho, sem a participação do outro espírito, encarnado ou desencarnado. Nem isso,  porém,  constitui  motivo  para  condenação  sumária  aomedium e, sim objeto de exame e análise competente e serena com a finalidade de apurar o sentido do fenômeno, seu porque, suas causas e conseqüências.

         O doutrinador deve cuidar dessas manifestações como se fosse a de um espírito qualquer. Deve dar o mesmo tipo de orientação, de amor, de carinho, de bondade. O doutrinador não tem certeza de que o fenômeno é anímico, mas se ele desconfia, ele pode levar ao espírito alguma coisa que ele mesmo possa ir desconfiando. Por exemplo: Se um espírito fala que viveu numa determinada época antiga, pode-se perguntar se ele gostava de fazer alguma coisa atual: computador, por exemplo.

         Os fatos anímicos não podem ser condenados no espiritismo. Pelo contrário deve-se ser tratado como preparação para acontecer os fatos mediúnicos. Não há espírita que não tenha animismo. Animismo é a força do espírito encarnado. É o movimento que ele faz, é a vida que ele tem. É como um músico e o seu violino. O violino tem um som belíssimo, mas só se o músico o executar. Sozinho ele não produz o som, mas ele tem todos os argumentos para produzi-lo.

         É preciso não confundir animismo com mistificação. Mistificação é a mentira que o médium faz por alguma razão. Este sim, precisa ser sanado, porque este  é prejudicial. Mistificação: São os escolhos mais desagradáveis da prática espírita; mas um meio de evita-los, o de não pedires ao espiritismo nada mais do que ele pode e deve dar-vos; seu objetivo é o aperfeiçoamento moral da humanidade. Desde que, não vos afasteis disso, jamais sereis enganados, pois não há duas maneiras de compreender a verdadeira moral, aquela de que todo homem de bom senso pode admitir; mesmo que o homem nada peça, nem que evoque, sofre mistificações, se aceitarem o que dizem os espíritos mistificadores. Se o homem recebesse com reserva e desconfiança tudo que se afasta do objetivo essencial do espiritismo, os espíritos levianos não o enganariam tão facilmente.

Mistificar:  Quer dizer; enganar , trapacear, burlar, tapear, iludir, iniciar alguém nos mistérios de um culto, torna-lo iniciado, abusar da boa fé.

“Do que se conclui que só é mistificado aquele que merece”

 

 

Fonte do Artigo no Artigonal.com: http://www.artigonal.com/religiao-artigos/animismo-e-espiritismo-1391566.html

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